HERMÈS LISBOA
Outuno 2024
“A loja da Hermès no número 24 da Rue du Faubourg-Saint-Honoré em Paris é um local mágico e inspirador, onde o espírito da casa francesa continua tão vivo como aquando da sua abertura em 1924. A Oficina Marques foi convidada a idealizar as montras de Setembro de 2024 da Hermès em Lisboa, celebrando o centenário da sua morada original na capital gaulesa. Tendo como referência a rica história deste local único - um misto de bazar de luxo, atelier, museu e gabinete de curiosidades - que nasceu do sonho de Émile Hermès há mais de um século, a dupla de artistas Gezo Marques e José Aparício Gonçalves recorreu aos valores que partilham com a marca de luxo para dar forma a este desafio.”
Na loja no Chiado, a história entre um 'flâneur' e o imponente cavalo que assume uma posição cimeira no edifício da Faubourg 24 são o ponto de partida para desenvolver esta narrativa surrealista. Desenrolando-se em sete actos, tantos quanto as montras que dão um vislumbre da Hermès para a cidade, a instalação da Oficina Marques homenageia a mais pura sensibilidade parisiense. "O edifício na Faubourg-Saint-Honoré 24 está repleto de detalhes inspiradores. É um espaço muito plural, onde o passado e o presente se encontram para nos fazer sonhar, é isso que fizemos em Lisboa"
Tal como o 'flanêur', que caminha pela cidade e absorve vagarosamente o espírito urbano, as montras da Hermès criadas pela oficina pretendem desacelerar o passo dos transeuntes e suscitar a sua curiosidade por alguns momentos. "Uma boa montra faz com que as pessoas voltem atrás para observá-la em pormenor. É também uma declaração de intenções, da filosofia de uma marca, algo que tivemos o privilégio de construir em conjunto com a Hermès"
"É um orgulho colaborarmos com a Hermès e fazermos as montras de Lisboa. É um encontro de dois universos muito próximos, existe uma grande manualidade nos produtos da Hermès, tal como nas obras da Oficina Marques, ambos resultam de uma grande dedicação e empenho"
Para materializar as montras, a oficina junta pela primeira vez num projecto todas as técnicas que utiliza para produzir as suas obras. Os painéis são utilizados como fundos e colunas tridimensionais, e as esculturas em madeira e cerâmica dão corpo aos dois personagens. Todos os cavalos e 'flâneurs' são diferentes e assumem escalas distintas, feitos com o reaproveitamento de madeira, como partes de mobiliário e outras peças peculiares como uma base para cachimbo - que se transforma na pata de um dos equídeos - ou engrenagens de uma máquina antiga, tudo recolhido ao longo de meses pela dupla de artistas.
“A cerâmica entra no projecto para dar mais densidade material às áreas expositivas e para introduzir um elemento suplementar de portugalidade, tal como a palha da cauda de um dos cavalos, feita com vassouras tradicionais. As peças da Hermès assumem um papel essencial nesta coreografia bem ensaiada, dialogando de igual para igual com o trabalho da dupla, sendo re-imaginadas nestas instalações. Luvas de pele transformam-se em crinas de cavalo, lenços de seda dão forma a uma cauda e o novo perfume Barénia assume a função de um olho.”